quinta-feira, 2 de junho de 2022

Erro subsequente.

Não há uma única manhã que a culpa pela minha condulta não recaia sobre a minha cabeça. É por conta de comportamentos machistas e sexistas, dentro de um contexto patriarcalista, que mulheres odeiam seus corpos e brigam com outras mulheres, de maneira a gerar maior tensão em seus dias e esgotar sua capacidade psicológica de suportar cada peso social extra, além de dupla jornada entre casa e trabalho. Fora isso, esse comportamento sexista quando externado, compromete sua capacidade plena de desenvolvimento futuro, as torna reféns de uma sociedade onde a misoginia é praticada inconscientemente de mulheres para com elas mesmas e de quem é a culpa? Sim, minha, homem, hetroclássico, o que se pode entender por branco, hetero, "pseudomonogâmico", economicamente privilegiado ou não, mas que goza de certos privilégios sociais pela aparência padronizada e cruelmente reproduzida reproduzida em massa, sustentando um ritmo de consumo e imposto, ditado por outros homens que endossam esse pensamento. Eu que me debruço sobre os deleites de meus privilégios sociais, frutos de uma reprodução concepções e comportamentos históricos deturpada sobre amor e relacionamento, entendendo que somente eu tenho o peso social de provar comportamentos predatórios, que perpetuem a compreensão errada do que significa ser "macho" na relação. E a vítima, como eu a enxergo? E como eu a acesso? E como eu exploro a sua fragilidade? Será que eu realmente me importo? Será que eu realmente a quero de maneira a respeitar seus limites contrastados ao meu desejo? Não, eu não a respeito quando assumo essa concepção misogina que muitas vezes sou privado de reconhecer, pela deturpação da grande informação midiática e patriarcalista de consumo conspícuo que excede a condição humana e me lança no rol de criatura abominável. Não quero fazer mea-culpa, não quero reconhecimento. Esse comportamento exige reparação, pelos danos causados, pela dor infligida e eu tenho que reconhecer que eu carrego o fardo da dívida de gerações de distorções de comportamento sociocultural destrutivo que tem causado dor, medo, angústia e depressão ao sexo feminino e eu, não posso me eximir de culpa, mas talvez deixar alerta para que esse comportamento tóxico de envenenamento que atinge mulheres sis ou trans, não se perpetue, não siga adiante. Não sei o que fazer com todo o mal que causei, mas sei que não desejo ser mais esse homem e quero quebrar o ciclo.